29 de novembro de 2010

Madeleines


Quando eu estava na Universidade, lá na França, ganhei de minha colega de apartamento um livrinho sobre biscoitos chamado "Les petits gâteaux d´Alsace", de Suzanne Roth. Diga-se de passagem, pensando sobre isso agora, me dou conta que esse foi o meu segundo presente sobre comida que ganhei de colegas da graduação, o primeiro foi um livro só sobre chocolate. Esse livrinho tem um monte de receitas de biscoitos, de bolinhos e de macarrons. Nenhuma delas leva leite!
Madeleines são bolinhos bem franceses que tem um gosto característico e sempre são assados em formas específicas, em formato de conchas (coloca "madeleine" no google e você vai dar de cara com imagens do bolinho).
E falando em google, na internet existem milhões de receitas de madeleine. Umas levam essência de laranja, outras de baunilha. Umas levam casquinhas de limão, outras de laranja... Outras pedem pra bater os ovos com o açúcar primeiro, outras pra bater a manteiga com o açúcar primeiro... Sinceramente, depois de fazer essa receita acho que o fato de bater bem, antes de mais nada, a manteiga EM TEMPERATURA AMBIENTE com o açúcar traz uma consistência incomparável ao bolinho. E talvez, acrescentar casquinhas de laranja realce mais ainda o sabor de coisa de criança que só as madeleines têm. Vou tentar da próxima vez.

Bem, o livrinho ficou muito tempo esquecido numa caixa na casa do meu pai, e foi resgatado há pouco tempo, com o que me enchi de vontade de assar biscoitos como uma louca! Mas na verdade, quando descobri que o livrinho tinha uma receita descomplicada de madeleines, resolvi começar por aí. Se tem uma coisa da qual sinto saudades da época que morei na França, é das maravilhosas madeleines!

Antes de começar, peço desculpas para os sem-balança-de-precisão. As receitas francesas são todas em gramas... Mas tenho certeza que você pode encontrar copos dosadores ou tabelas de conversão para superar esse pequeno detalhe.


Madeleines

Ingredientes:

6 ovos
250g de açúcar
180g de manteiga a temperatura ambiente
250g de farinha de trigo
1/2 col. (sobremesa) de fermento
1/2 col. (sobremesa) de égua de flor de laranjeira, ou essência de laranja. Eu usei Cointreau, na verdade.

Como fiz:

Separe as claras das gemas. Reserve as gemas e bata as claras em neve até obter picos firmes. Adicione a essência ou licor de laranja no finalzinho e reserve.
Bata a manteiga amolecida com o açúcar até obter um creme fofo e esbranquiçado. Acrescente as gemas, uma a uma, sem parar de bater.
Misture o fermento à farinha. Acrescente a farinha alternadamente com as claras batidas à mistura de manteiga, açúcar a gemas, mexendo delicadamente, até obter uma massa homogênea.
Disponha a massa em forminhas untadas (encha as forminhas até 3/4 de sua altura), e asse em forno pré-aquecido a 220° C por 15 minutos, ou até dourar. E não se preocupe com as forminhas, use as de empada grande que ficam boas do mesmo jeito! Essa receita rende 24 bolinhos.



As madeleines foram de presente para a prima e acabaram virando leite para o filho da prima.

27 de novembro de 2010

20 de novembro de 2010

Quando não se acerta o pão


Resolvi fazer um pão de chocolate para levar pra prima que teve neném. Mas... apesar do fermento estar na validade, do calor estar quase insuportável, de ter feito a mesma receita antes com total sucesso e de ter feito tudo com muito amor, o pão não cresceu. Não sei explicar o que aconteceu com o pão, mas o que posso dizer é que ver a massa alí, estática, por horas, é tão ruim quanto ser traído por um amigo.
Alguém aí consegue me explicar por que às vezes na cozinha as coisas têm tudo pra dar certo e no final, simplesmente não dão?
Para me consolar, resolvi fazer uma receita de bolo de peras e especiarias que há muito tinha lido no Blog da Rita. A receita não é complicada, mas requer, digamos assim, uma certa concentração...



Não vou me atrever a escrever a receita aqui neste post, pois não dá pra ser mais didática e completa do que uma receita da Rita Lobo, portanto, esta é a receita do bolo.
A diferença da minha receita para a dela é que ao invés de 3 peras, usei duas peras e uma maçã, por razões absolutamente circunstanciais, nada premeditado. E também não cortei as fatias bem fininhas, como ela pede, mas sim cortei fatias de mais ou menos 5 mm de espessura. Na hora de despejar a massa sobre as frutas, acabou passando massa por baixo das fatias e ficou tudo meio misturado. Acho que por causa disso, o bolo não ficou seco, como Rita diz no post que fica. Pelo contrário, ficou bem macio e úmido. Rita, desculpa aí, tá?


O pão? Vou tentar de novo, prometo, e coloco a receita por aqui.


Docinho de frutas secas - ou como tranformar uma transgressão em comida saudável


A semana que passou foi cheia de mudanças e novidades, estou até meio tonta ainda... Enquanto viajava, minha prima querida teve seu primeiro filho e essa semana ela saiu do hospital e foi pra casa. Dou a assistência que posso, que é ridícula, considerando o tamanho do desafio que é chegar em casa com um primeiro recém-nascido no braço. Mas nossa família é cheia de mulheres bem intencionadas que se revesam pra ajudar, ainda bem! Ou não... ;)
Resumindo: devo ter me deixado influenciar pelos acontecimentos e acabei chamando o "ninho das águias" em "berço das águias"... foi mal aí, irmãozinho! Gente, é ninho das águias tá? Não é berço!
Então, depois da semana estonteante (não vou contar todas as emoções que tive pois o post renderia um capítulo de livro), hoje fui enfim pra cozinha. Com várias frutas secas em casa e mais um quilo de amêndoas que ganhei de meu pai, lembrei de um docinho que fiz no aniversário de 3 anos de minha filha mais velha. Para docinho, não poderia ser mais saudável, vejam aí:




Docinho de frutas secas

Ingredientes:

1 xícara de tâmaras
5 a 6 damascos grandes
1/2 xícara de passas
1/2 xícara de amêndoas

Como fazer:

Misture os ingredientes numa tigelinha. Bata tudo em um processador, até virar uma mistura heterogênea. As frutas devem ficar meio picadas, meio amassadas e as amêndoas ficam picadas grosseiramente.
Vá espalhando a mistura em uma travessa anti-aderente, amasssando com as mãos, de modo a forrar o fundo da travessa com uma camada não muito espessa da mistura, como se você estivesse forrando a forma com uma massa de torta. Com um copinho de cachaça ou cortador de biscoitos vá recortando os docinhos. Você pode fazer bolinhas de massa também, assim ficam com mais "cara" de docinho.


As frutas secas podem ser diferentes. Você também pode usar ameixa seca e banana passa. Ao seu gosto!

15 de novembro de 2010

Uma semana no berço das águias

O primeiro post do mês não será sobre comida. Só queria dizer que viajei, mas estou de volta, cheia de ideias. Para onde fui? Para o melhor lugar do mundo: fui participar de um curso pelo qual esperei por três anos e de quebra fiquei hospedada na casa de meu irmão, que não via há meses.

Graças a meu irmão:

1. Dei muitas gargalhadas assistindo a "Two and a Half Men" quase todos os dias (desculpem, eu sei que é cretino, mas eu morro de rir...);
2. Passei uma semana como um verdadeiro adulto: comendo a hora que queria, dormindo a hora que queria (quem é mãe sabe do que estou falando);
3. Fiz e comemos macarrão com shimejii, simples e gostoso;
4. Assisti a "Tropa de Elite" pela primeira vez (o primeiro mesmo, pois é...);
5. Comi os melhores Tacos que já tinha comido na vida (e de quebra fiquei completamente bêbada com apenas um Mojito, que horror);
6. Apareci no site do bar em que comi os divinos Tacos, queimando o filme do meu irmão lindo (fotos 10 e 12)!
7. Compreendi que algumas profissões tem níveis de responsabilidade e importância muito maiores do que se pensa;
8. Compreendi que não adianta ir contra a natureza do HOMEM (pelo menos não dá pra ir contra a do homem que é meu irmão...);
9. Reforcei a ideia de que o amor não necessariamente precisa ser declarado e escutado;
10. Me emocionei conhecendo o berço das águias.


Meu irmão, eu lhe amo.