Nessa época do ano todo mundo fala em família. Todo mundo
quer passar o Natal "em família". Acho que todos entendem que família é
aquele grupo de pessoas que compartilham o mesmo sangue, e acabamos,
quase todos, passando Natal com os parentes, cada um no seu grupo...
Quando fui morar na França, a noite de véspera de Natal era uma coisa
muito importante pra mim, pois tinha passado 18 festas de Natal com as
mesmas pessoas, fazendo as mesmas coisas e comendo as mesmas comidas...
Na França, Natal não é obrigação. Festeja quem quer. Com os parentes? Só
se quiser. Muita gente passa a noite do dia 24 de dezembro assistindo
televisão, como numa noite qualquer... E aí, depois de passar minha
primeira noite de véspera de Natal sozinha, longe de qualquer
parente, percebi que a data é um mero pretexto. O bom da festa não são
os preparativos (na minha família é assim: correria pra comprar presente
pra todo mundo e correria pra fazer todo o horror de comida da ceia...
fica todo mundo cansado no dia 25!), nem ganhar alguns presentes, mas sim
encontrar com a família toda. Todo mundo junto, dando muita gargalhada.
Só que na minha família, não interessa se você está de bem ou de mal de
alguém. Todo mundo tem que estar junto, na mesma festa, sem
necessariamente querer estar lá. Eu, sinceramente, prefiro os almoços na
casa da minha tia, em que só vai quem quer mesmo, e as gargalhadas
também estão garantidas no menu.
Ano passado, eu tomei a decisão de não passar mais o reveillon na casa de alguém só pra agradar aos outros (e geralmente desagradar a mim mesma). Essa decisão foi relativamente fácil de ser tomada, pois a festa de reveillon não tem tanto apelo cristão quanto o Natal. Começar o ano se agredindo já é começar com o pé esquerdo... Então, reveillon, agora, só onde quero e com quem quero.
Eu não faço a mesma coisa no Natal por respeito a minha vó, que já viveu plenamente 97 anos, e tem no Natal o momento mais importante do ano. Deve ser maravilhoso ter 97 anos e passar uma noite com TODAS as pessoas da família juntas, filhos, netos, bisnetos... Por respeito, passo Natal com ela, mas eu gosto também de ver todos juntos. É legal percebermos com quem nos parecemos, com quem nos identificamos. É muito bom poder proporcionar isso às minhas filhas, fazê-las perceber que temos laços mais fortes com algumas pessoas, que as pessoas mais velhas da família representam, de certa forma, de onde viemos. Lamento muito não estar com minha mãe nesse momento, mas para me consolar me apego mais à ideia "francesa" que essa data não passa de uma data qualquer... ;)
Ano passado, eu tomei a decisão de não passar mais o reveillon na casa de alguém só pra agradar aos outros (e geralmente desagradar a mim mesma). Essa decisão foi relativamente fácil de ser tomada, pois a festa de reveillon não tem tanto apelo cristão quanto o Natal. Começar o ano se agredindo já é começar com o pé esquerdo... Então, reveillon, agora, só onde quero e com quem quero.
Eu não faço a mesma coisa no Natal por respeito a minha vó, que já viveu plenamente 97 anos, e tem no Natal o momento mais importante do ano. Deve ser maravilhoso ter 97 anos e passar uma noite com TODAS as pessoas da família juntas, filhos, netos, bisnetos... Por respeito, passo Natal com ela, mas eu gosto também de ver todos juntos. É legal percebermos com quem nos parecemos, com quem nos identificamos. É muito bom poder proporcionar isso às minhas filhas, fazê-las perceber que temos laços mais fortes com algumas pessoas, que as pessoas mais velhas da família representam, de certa forma, de onde viemos. Lamento muito não estar com minha mãe nesse momento, mas para me consolar me apego mais à ideia "francesa" que essa data não passa de uma data qualquer... ;)
Apesar
de gostar demais de todas as pessoas da família, eu gostaria de poder incluir outras pessoa na MINHA família, um
pouco como a Isabel Allende, que tem uma "tribu" composta não só
pelos filhos e netos, mas também pelos agregados, amigos, enteados,
filhos postiços e um monte de gente com quem ela se afina. Quem sabe um
dia não viro uma matriarca e resolvo agregar um monte de gente à minha
família?
Eu acho que família não é só sangue, mas também alma. Nesse momento estou pensando em algumas pessoas que considero ser minha família de alma... Vou pensar nelas durante o Natal, para tê-las por perto, nem que seja no coração. Até o dia em que eu consiga reunir todo mundo fisicamente perto de mim. Como faz a minha vó com seus filhos, netos e bisnetos, todo ano, na noite dia 24 de dezembro.
Feliz Natal para todos vocês! Depois posto as receitas da noite!