28 de junho de 2010

Muitas bananas e o que fazer com elas



Morar na capital e trabalhar no interior tem algumas vantagens. A melhor parte, pra mim, é o acesso a produtos agrícolas frescos e diretos do produtor. Há duas semana atrás ganhei 10 cocos secos, dois cachos de banana maçã, e mais quatro “filhotes” de bananeira! O que faria com tanto coco, banana e onde colocaria tanta bananeira? Bem, primeiro a gente aceita os presentes, depois a gente decide o que vai fazer com eles, certo? Eu simplesmente não consigo negar presentes como esses, e acabo, eu também, dando presentes pra várias pessoas!

Bem, não sei se vocês sabem, mas a banana também é mucogênica. Ou seja, produz tanto muco no corpo da gente quanto os produtos derivados do leite de vaca, e em conseqüência, dá aquela sinusite. Se você já tirou o leite da sua dieta e continua tendo sinusite inexplicavelmente, tente tirar a banana. Eu sei, é cruel. Quase tão ruim quanto tirar o leite, mas vale a pena fazer a experiência. A forma mais mortal de banana pra quem tem sinusite crônica é a banana passa. O que é compreensível, visto que a banana passa é, de certa forma, um concentrado de banana.
A boa notícia é que banana cozida ou assada não faz tão mal. Assim, bolo de banana é uma ótima opção pra quem não vive sem banana, mas prefere não sofrer.


A receita que sei fazer aprendi há sete anos atrás, com uma colega de trabalho. Hoje não trabalhamos mais juntas, mas sempre que faço, lembro dela. Claro que a essa altura do campeonato, já fiz minhas alterações na receita, mas a base continua a mesma.




Bolo de banana (da Gi)

Ingredientes:

6 bananas grandes cortadas em pedaços
3/4 xícara de óleo
3 ovos
1 1/2 xícaras de açúcar
1 xícara de farinha de rosca
1 xícara de farinha de aveia
1 colher de sopa de fermento em pó
2 colheres de café de canela
1/2 xícara de uvas passas
1/2 xícara de granola

Como fiz:

Misture as bananas com o óleo e os ovos no liquidificador. Acrescente o açúcar e torne a misturar. Reserve. Numa tigela grande, misture as farinhas com o fermento e a canela. Acrescente o creme de bananas e misture tudo muito bem. Incorpore na massa as passas e a granola. Coloque numa forma untada e leve ao forno pré-aquecido a 200° por aproximadamente 40 minutos, ou até dourar.

Hoje, o bolo de banana virou "bolo de aniversário", pra comemorar o primeiro dia de férias escolares. A decoração foi por conta das meninas.


A mamãe preferiu comer com chá, enquanto as meninas dormiam o sono da tarde...


26 de junho de 2010

Tofu ou não tofu, eis a questão...

Vamos ser sinceros. Tofu, só come quem quer. Tem gente que até gosta, mas nunca ouvi alguém dizer "ai, eu sou louco por tofu!". Dentre os não vegetarianos, não conheço ninguém que coma. E dentre os vegetarianos, podendo escolher, não escolhem tofu.
Já li e ouvi que, nutricionalmente, tofu não substitui a carne. Também não vamos dizer que tofu é queijo, né gente? Queijo é queijo, tofu é tofu. Então, pra que comer tofu?
A soja é uma leguminosa que tem alta taxa protéica, é rica em cálcio, e ferro. Até aí, nenhuma novidade. O que muita gente não sabe é que de todos os derivados da soja, o tofu é a melhor opção para consumo, pois concentra os nutrientes da soja ao mesmo tempo em que elimina substâncias indesejadas, como os fitatos.
Respondendo mais diretamente a pergunta, pra quem não come laticínios, o tofu representa mais uma fonte de cálcio, e com boa vontade e mente aberta, pode, sim, substituir o queijo em algumas preparações.
Tofu, aqui em casa, só pra corroborar o que disse na abertura desse post, só quem come sou eu. Então, quando abro um pacote sempre acabo jogando um pouquinho de tofu no lixo (aquele restinho de receita que fica na geladeira por dias, esquecido no fundo da prateleira de baixo). A receita que trago aqui foi a solução que encontrei para deixar o tofu na geladeira e ir comendo aos poucos, não só como acompanhamento de uma refeição sem carne mas também como complemento de saladas e sopas. Até minhas filhas gostaram!


Tofu empanado

Ingredientes

1 pedaço de tofu firme de 250g
1/2 xícara de água
1/2 xícara de shoyu
1/2 cebola picada
suco de uma laranja
1 ovo batido
farinha de rosca
sal
óleo para fritar

Como fiz:

Faça uma marinada com a água, o shoyu, o suco de laranja e a cebola picada. Corte o tofu em cubinhos e coloque-os na marinada por aproximadamente uma hora. Coloque o ovo batido em um prato fundo e misture a farinha de rosca com sal a gosto. Disponha a farinha de rosca em outro prato fundo.
Retire 1/3 dos cubinhos da marinada, passe-os pelo ovo batido e depois pela farinha de rosca. Frite-os em pouquíssimo óleo (eu praticamente só unto uma panela antiaderente), virando-os constantemente para dourar uniformemente os cubinhos. Repita a operação com os outros dois terços dos cubinhos.
Você pode optar por cortar o tofu em fatias finas ou pedaços maiores. Os cubinhos são mais práticos para serem usados em saladas ou sopas (no lugar de "croûtons").
Os cubinhos ficam na geladeira por alguns dias, se guardados em pote bem fechado.

25 de junho de 2010

Já que estamos no São João...



Há alguns dias atrás, minha empregada me pediu pra procurar uma receita de bolo pé de moleque na internet. Ela sabe que vivo fuçando receitas na internet! Ela me disse que era o bolo preferido do pai dela, e coincidência, também é o do meu pai. Então, tinha dois motivos para procurar a receita: o pai dela, e o meu!
Achei várias receitas de bolo pé de moleque. Algumas inclusive, na minha opinião, completamente foras de propósito. Pé de moleque de verdade tem que ter rapadura, gostinho de cravo, canela, café, e muita, mas muita massa de macaxeira. Não me venham com aveia em flocos e muito menos leite condensado, irc!!!

Acabei achando e escolhendo uma receita que considerei a mais honesta, com um mínimo de esforço necessário. E fiquei tão curiosa pra ver o resultado que resolvi fazer na hora!

O bolo ficou denso, cheiroso, autêntico. E o melhor, não ficou doce demais. Santa rapadura! Só farei uma modificação da próxima vez: colocarei o dobro de castanhas trituradas, pois acho mais gostoso quando fica aquele crocante dentro da massa. O mais fantástico dessa receita é que além de originalmente não levar leite ela é extremamente regional, os ingredientes são facilmente encontrados aqui onde moro a qualquer época do ano.


Aí vai a receita, adaptada de uma receita da Prazeres Barbosa, encontrada no site Mais Você:

Bolo pé-de-moleque

Ingredientes:

1 kg de macaxeira crua
1/4 xícara (chá) de café bem forte e sem açúcar
100g de manteiga
1/2 xícara (chá) de chocolate em pó
250ml de leite de coco
150g de rapadura
1 pitada de sal
1/2 xícara (chá) de chá feito com erva doce, canela e cravo
1/2 xícara (chá) de castanha de caju triturada

Como fiz:

Derreta a rapadura com um pouco de água em fogo baixo. Quando virar um mel, coloque a manteiga e mexa até derretê-la. Reserve.
Corte a macaxeira em pedaços pequenos, retirando o “cordãozinho” de dentro.
Bata a macaxeira no liquidificador ou centrífuga com o café, o chá, o leite de coco e o mel de rapadura misturado com a manteiga até formar um creme grosso.
Misture ao creme de macaxeira o chocolate em pó e o sal. Incorpore grosseiramente a castanha triturada e coloque numa forma retangular untada com manteiga.
Asse em forno pré-aquecido a 210° por uma hora.

24 de junho de 2010

Aqui começo



Minha mãe sempre estava na cozinha. Essa é talvez a maior lembrança que tenho da minha infância. Lá em casa tinha o prato do domingo, o prato do sábado, a sobremesa especial, o lanche de dia de chuva, e vários pratos especiais que ficaram na minha memória visual e gustativa: batata frita (minha mãe cortava em chips, e não em palito. Imaginem o trabalho...), lasanha, delícia de abacaxi, torta de limão, banana flambada (só o espetáculo da flambagem já valia as bananas...), “beignet de pomme”...

Hoje eu não poderia comer muitos dos pratos deliciosos da minha mãe, pois desenvolvi uma alergia à proteína do leite na minha segunda gravidez.

Mas... como sou inconformada por natureza, me arrisco a imitar suas receitas e várias outras terminantemente proibidas no meu cardápio substituindo os laticínios por leites vegetais e seus derivados. Minha própria mãezinha torce um pouco o nariz para essas minhas invenções, mas às vezes até come tudo com gosto...

Esse blog é sobre isso. E resolvi deixar registrado seu tema logo no primeiro post pra que ninguém se engane. Esse não é mais um blog de receitas, mas sim uma forma encontrada para registrar e compartilhar algumas alternativas (e receitas, claro) usadas por mim para aqueles que não podem ou não querem comer laticínios.

Apesar do tema central, como mãe, mulher, filha, amante da vida e do mundo em que vivemos, é quase certo que vou desviar do foco várias vezes!