30 de novembro de 2012

Escondidinho de carne de charque, para um blog arretado!


Esse negócio de facebook tem lá suas vantagens... Um dia desses encontrei um amigo dos tempos em que morava em Recife. Amigo queridíssimo, nem ele sabe o quanto, e é claro que virei "amiga" dele no ato! Pois bem, esse amigo criou um blog muito legal que tem como objetivo mostrar um pouco em fotos e imagens as belezas e delícias de Pernambuco, sobretudo Recife. E um dia ele conheceu meu blog, e me pediu pra fazer uma receita para o blog dele. Vixe... Como juntar Pernambuco com comida sem leite?? Quase impossível... Mas lembrei da proposta do escondidinho de carne, e resolvi experimentar fazer um sem leite nem queijo. Ah! E ao invés de usar purê de macaxeira, usei purê de inhame. Ficou de lascar!

Escondidinho de carne de charque com inhame
 
Ingredientes:

1 inhame médio
1 cebola grande cortada em rodelas bem finas
1 tomate médio bem picadinho
400g de carne de charque deixada de molho da noite para o dia
óleo para fritar a cebola e a carne
sal e pimenta do reino a gosto
coentro picado a gosto
manteiga de garrafa, manteiga normal ou ghee para cobrir o escondidinho

Como fazer:

Descasque e corte o inhame, e coloque para cozinhar numa panela com bastante água e uma pitada de sal. Cozinhe até ficar bem macio. Bata no liquidificador os pedaços de inhame ainda quentes, com um pouco da água do cozimento, até obter um creme bem liso. Prove o sal e acrescente se precisar. Reserve.
Tire a carne do molho, corte em pedaços e cozinhe na panela de pressão com água por pelo menos meia hora, ou até a carne ficar bem macia. Retire a carne da panela, desfie e reserve.
Refogue a cebola no óleo, e quando ela estiver transparente acrescente o tomate. Refogue mais um pouco e disponha a carne desfiada. Misture bem e deixe refogando por alguns minutos. Prove o sal, coloque pimenta do reino a gosto e o coentro picadinho. Desligue o fogo.
Para montar o escondidinho, unte uma travessa de ir ao forno com um pouco de óleo, disponha a carne desfiada e por cima o purê de inhame. Por cima, disponha manteiga de garrafa ou colheradas de manteiga normal ou ghee. Leve ao forno para derreter a manteiga e dourar um pouco.

O endereço do blog do meu amigo é esse aqui: http://locaisesabores.blogspot.com.br/
O link para a postagem do Escondinho é esse aqui.


13 de novembro de 2012

Pão de grãos


Ainda na vibe de Florianópolis, quando voltei pra casa resolvi tentar fazer um pão inspirado nos que faz minha amiga da Ilha da magia. O pão leva grãos inteiros, cozidos, e só um pouco de farinha. Dá um pão denso, super nutritivo, parecido com aqueles pães pretos macrobióticos. Lembrei do meu pai, que há muito tempo atrás tentou ser macrô. Eu era criança na época e achava aqueles pães estranhíssimos... ;)

A receita não tem mistério, fiz as misturas no olho e anotei pra vocês.

Pão de grãos

Ingredientes:

½ xícara de trigo em grãos
½ xícara de aveia ou cevada em grãos
½ xícara de quinua em grãos
1/4 xícara de chia (ou linhaça)
1 xícara de farinha de trigo integral
1 col. (sobremesa) de sal
1 pacote de fermento para pão
½ xícara de óleo
1 xícara de água morna
Farinha de trigo branca e água para amassar o pão

Como fazer:

Cozinhe o trigo e a aveia na panela de pressão separadamente, até ficarem macios (o trigo demorou 45 minutos e a aveia 20 minutos). Deixe os grãos esfriarem e misture-os. Acrescente a farinha integral, a quinua, a chia, o sal e o óleo, depois a água morna, com o fermento já diluído. A massa deve ficar bem macia, e os grãos bem incorporados. Trabalhe a massa por alguns minutos até ela desgrudar das mãos, acrescentando farinha branca bem aos poucos, e se for o caso, água. A massa deve ficar macia, úmida, não muito compacta, senão o pão fica  muito pesado. Coloque a massa numa tigela untada, dentro do forno desligado. Deixe crescer até dobrar de volume (pelo menos por duas horas). Depois, trabalhe a massa mais um pouco, molde o pão e coloque a massa numa forma retangular para pão. Deixe crescer por mais meia hora. Pré-aqueça o forno a 190°C. Asse o pão por 45 minutos ou até crescer e dourar. Fica divino com ghee, ou geléia de frutas.

Esqueci de botar sal no meu pão, então temperei as fatias com flor de sal... hummm...

Se meu pai ainda segue uma alimentação macrobiótica? Nãããão! Traumatizou pra sempre! :))

10 de novembro de 2012

Floripa

Pier na Praia de Cachoeira do Bom Jesus

Eu raramente volto a um lugar que visito. Acho o mundo e minha curiosidade muito grandes, então sempre que posso viajar de férias eu escolho lugares diferentes pra conhecer. Florianópolis foi um dos lugares para o qual sempre quis voltar. Quando fui pela primeira vez, achei tão maravilhoso, que não resisti e publiquei um post sobre a ilha, lembra? E voltei. Só que dessa vez fiz questão de registrar as coisas boas que comi! Passei pouco tempo, então não deu pra conhecer tantos pontos gastronômicos, e também não espere que eu traga aqui referências de lugares pra comer frutos do mar... E teve vezes que a emoção foi tanta que simplesmente esquecia de registrar, :) Florianópolis definitivamente é uma cidade generosa pra quem tem alergia a leite!
Enfim, alguns lugares merecem menção honrosa e especial. Vejam aí.

Restaurante Pescador Lobo, na Praia do Forte. Praia linda, anchova grelhada inacreditável!


Depois de passear nas Dunas da Lagoa da Conceição, nada melhor do que um sorvete da Gelateria Max, na Lagoa da Conceição. Tem sorvete sem laticínios, identificados com plaquinhas verdes. Os sabores são chocolate amargo (praticamente chocolate derretido e gelado), maracujá, pomelo, limão, morango e frutas vermelhas. Provei chocolate, morango, limão (limão siciliano, ai...), frutas vermelhas e maracujá. Todos de cair pra trás! Nem dá pra acreditar que não tem leite!

 
 


Descanso pros sapatos...
 

Café lindo, o Armazém da Vila, em Santo Antônio de Lisboa. Olhem o tamanho do quindim...


Empanado integral de palmito, do Empório Mineiro, na Lagoa da Conceição, antes de encarar passeio de barco na Lagoa. Nesse café também tem uma torta de maça inacreditável que passou batida, desculpem, ;)

Diversas opções de delícias, e cafezinho com leite de soja, na melhor padaria de todos os tempos, O Padeiro de Sevilha, no Centro. Só os cookies de café e laranja valem a viagem pra Floripa! A louca rindo sou eu feliz da vida!


Praia de Moçambique, paraíso na terra. Pronta pra sair.

Ai, já estou com saudades!!

PS: Divulguei tudo de coração, de livre e espontânea vontade.

6 de novembro de 2012

Neurônios demais


Com licença, Ruy Castro, mas adorei!

Pesquisa de cientistas brasileiros, divulgada internacionalmente, comprovou que o cérebro humano só se diferenciou do dos outros primatas quando o homem aprendeu a cozinhar. Mas, atenção -não significa que você tenha um cérebro superior ao dos seus amigos apenas porque às vezes cozinha um macarrão para eles no seu apartamento.
A pesquisa se refere ao princípio do uso do fogo pelo homem, entre 600 mil e um milhão de anos atrás. Naqueles tempos pré-internet, uma novidade levava séculos para viajar de uma caverna a outra, mas o fogo foi algo tão espetacular que se disseminou como um viral. Os alimentos cozidos, mais fáceis de mastigar e digerir, permitiram maior absorção de calorias, levando ao aumento da massa encefálica e do número de neurônios do cidadão. Ato contínuo, ele desceu da árvore e começou a ler Kierkegaard. Bem, deu no que deu.
A ideia é a de que, enquanto passava a folhas, sementes, raízes e outros alimentos hoje preconizados pelos naturebas, o homem não consumia calorias suficientes para uma produção decente de neurônios. Além disso, o esforço de mastigação requerido por aquela dieta crua fazia com que não tivesse tempo para mais nada. O cozimento dos alimentos deu-lhe horas livres, que ele usou para desenvolver sua vida social - como sair para almoçar com a turma, do que resultaram ainda mais neurônios.
De repente, o homem se viu até com mais neurônios do que precisava - 86 bilhões, pela última contagem. E, de certa forma, até hoje é assim, razão pela qual as pessoas se dedicam a apagar alguns milhões de uma sentada, tomando porres, queimando fumo ou lendo "Cinquenta tons de cinza".
Os orangotangos e os gorilas, ex-colegas de turma do homem, continuaram com a sua dieta básica e ficaram para trás, repetindo ano. Mas, na sua modéstia, não estão se queixando.
Texto de Ruy Castro, publicado no jornal Folha de São Paulo, na segunda-feira, 29 de outubro de 2012.